quinta-feira, 13 de novembro de 2008


O conceito de presença social

Na perspectiva de Short e al (1976)
O estudo da presença social foi um meio para se compreender as interacções sociais no contexto das telecomunicações e a forma como os alunos e os professores interagem nas telecomunicações educacionais. Foram Short e al (1976) que introduziram este conceito. Defendem que factores como a intimidade e a proximidade fazem parte e tomam partido no conceito referido. A intimidade será determinada por reacções pessoais como o sorriso e o contacto visual, enquanto que a proximidade será determinada por reacções verbais e não verbais como fazer perguntas, responder a pedidos ou solicitações e reagir a observações. A presença social é determinada pelo meio e pelos participantes. Diferentes meios, diferentes formas de intimidade e de proximidade, ou seja, diferentes formas por parte dos alunos de aproveitarem e interagirem.
Na perspectiva de Gunawardena e Zittle
Gunawardena e Zittle exploraram o conceito para a compreensão da satisfação dos alunos no regime EaD. Tentaram saber até que ponto a presença social é um sinal da satisfação do aluno, assim como a relação entre o uso dos emoticons, a presença social e a satisfação dos aprendentes.
Na perspectiva de Rourke e al (1999)
Estes autores entendem "a habilidade dos alunos para se projectarem socialmente e efectivamente numa comunidade de inquirição" como conceito de presença social. Para medir a presença social, desenvolveram um método de codificação. Esse método consiste em vários itens divididos em três categorias, são elas: Afectivo - expressão de emoções, de humor e auto-revelação; Interactivo - implica o afectivo, a continuação de uma ideia, citando essas ideias e referenciando outras pessoas, questionar, cumprimentar, manifestação de apreço e concordância afectiva; Coesivo - vocativos, dirigindo-se ao grupo, fazendo comentários sociais e saudando as pessoas.
De um estudo realizado com este método, os autores chegaram à conclusão de que "elevados níveis de presença social para apoiar o desenvolvimento da aprendizagem significativa, é de esperar que haja um nível óptimo acima do qual demasiada presença social pode ser prejudicial para as aprendizagens."
Garrison e al (2001) ampliaram o conceito de presença social para o conceito de presença cognitiva, definindo-a como uma medida do envolvimento do estudante na inquirição. Na investigação que realizaram chegaram à conclusão que a presença social poderá ser um factor importante para a aprendizagem e satisfação dos alunos mas não chegaram à conclusão de que forma implica a aprendizagem.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Educação a Distância


Distância transacional

Na perspectiva de Moore
A distância transacional é um conceito introduzido por Moore (1980) como medição do envolvimento dos alunos no seu percurso académicoem regime online. Segundo o autor, essa distância resulta de três factores - o diálogo entre aluno e professor, a autonomia do aluno e por fim a estrutura do curso. Quanto ao primeiro factor - o diálogo entre aluno e professor - Moore defende que quanto mais diálogo houver menor será a distância transacional. No segundo factor - a autonomia do aluno - defende que é o indicativo do nível de controlo do aluno sobre o seu processo de aprendizagem (a sua planificação, execussão e evolução). Quanto ao último factor - a estrutura do curso - Moore defende que quanto mais estrutura o curso apresentar, maior será a distância transacional, menor o controlo do aluno sobre o seu processo de aprendizagem e, consequentemente, menos compromisso com o conteúdo do mesmo.

O mix de distância transacional, diálogo, estrutura e autonomia do aluno levam-nos a compreender o comportamento dos estudantes no regime de educação a distância.

Na perspectiva de Saba e Shearer (1994)
Estes autores defendem que quanto mais diálogo maior a distância transacional, e, que quanto mais estrutura menos diálogo. Os factores de influência nesta perspectiva são o controlo do professor (directo ou indirecto), o controlo do aluno (activo ou passivo). Assim, o controlo do professor influencia os valores da estrutura, o controlo do aluno influencia os valores do diálogo.
Deste modelo resulta a conclusão de que a distância transacional é directamente proporcional ao diálogo e inversamente proporcional à estrutura.

Na perspectiva de Garrison e Baynton (1987)
Para estes autores, factores de a autonomia (independência, poder e suporte) e os factores de distância transacional (diálogo, estrutura e autonomia), estão de tal modo interligados que é errado pensar que cada um leva sempre ao mesmo resultado (ex. o aumento da estrutura nem sempre leva à diminuição do controlo do aluno).

Conclusão
A teoria da distância transacional funciona como um estudo teórico e/ou de referência teórica, não como obtenção de resultados exactos do comportamento dos alunos no ensino online.
Como dado adquirido temos a valorização que o estudante dá à discussão, ao debate, à participação do professor e à presença social que criam com a sua participação e interacção.